terça-feira, 5 de julho de 2011

Para uma Therese Malfatti...

- Queria poder entrar no teu mundo. Quero descobrir de onde brota essa sua tristeza. Queria entender por que carregas esses túmulos nos olhos. Por que todas tuas palavras sempre soam como despedida?

Elisa sempre me enche de perguntas. A mais inesperada de todas ela fez hoje pela manhã quando, enquanto eu a ajudava no preparo do café, me perguntou se eu a amava. De certa forma eu sabia que ela algum dia iria me perguntar isso, afinal mal posso lembrar a quanto tempo estamos perdidos nesse romance. Mas na hora, a única coisa que me veio a cabeça foi adicionar rum ao café e lhe explicar que o amor não é banal como nós dois. Amor, não tem nada a ver com o fato de eu velar o seu sono, porque simplesmente eu gosto de vê-la dormir. Amor não tem nada a ver com tirar a barba com maior frequência, para não arranhar seu lindo rosto (e como é lindo, principalmente quando ela sorrir, ou se emociona com uma nova canção). Amor não tem qualquer relação com o meu hábito forçadamente-recém-adquirido de fumar na sacada quando ela está em casa, ou esvaziar os cinzeiros antes dela chegar.
Amor não é dividir uma garrafa de vodka por dois.
O amor nada  tem a ver com pessoas banais como nós.

Ela simplesmente acalma meus demônios, e vezenquando me faz esquecer do fim. E eu gosto disso, tanto quanto gosto quando com a doçura de um anjo que descansa sobre as nuvens, seu corpo descansa sobre o meu. Eu gosto do seu abraço, de sentir suas palavras quentes rente à minha boca, sentir seu coração pulsar, gosto da sua pele, do seu cheiro. Gosto do seu suor, do seu calor que arde feito fogo no inferno, exalando desejo e pecado. Gosto do seus olhos, do seu sorriso. Gosto da seu beijo que me devolve para os céus.

Isso nada tem a ver com amor, 
e ela entenderá que tudo isso é algo banal,
que nós somos banais,
no dia que nossas palavras significarem, simplesmente, adeus.

5 comentários:

  1. Quantas vezes nós, mulheres, não nos sentimos como Elisa?
    Pensando que somos amadas, só pelo simples fato "deles" serem tão carinhosos e atenciosos conosco... "Isso nada tem a ver com amor"
    Amor é mais do que isso.
    Amor não é banal.

    Acho que agora tenho uma nova pessoa a admirar além do Raphael Dimitri... tenho a Elisa.

    Parabéns pelo texto e pelo blog!

    =***

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  2. Rapha...

    Queria comentar tantas coisas sobre essa postagem... já reformulei mil e um comentários mas nenhum deles expressava realmente o que eu senti quando li isso. Sabe aquelas coisas que chegam no momento certo? Assim foram suas palavras...

    Lindo.

    Parabéns já é clichê né? Mas vc já sabe o quanto te admiro.

    Beijos
    Saudades

    Pri

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  3. "Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler
    fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade."
    Essa foi a sensação que tive depois de ler seu blog.Não para falar de Elisa, e sim para conversar sobre a vida e tomar um Jack Daniel's puro (claro!).
    Abraços.

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  4. Venha sempre, tem abraço de sobra, mas sem desperdício!

    Estarei sempre por aqui, tem lugares que fazem com que a gente se sinta abraçada mesmo. Aqui é assim.

    Beijo

    Lu

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  5. Ah, menino pra escrever bem demais da conta.

    Só uma dica, às vezes o amor é o que tem mais a ver com as pessoas. Mas por medo de se machucar, elas preferem achar que não foram feitas pra amar.

    Muito bom o texto. :)
    Eu posso não comentar sempre, mas de vez em quando passo pra dar uma conferida, viu?!
    Beijo

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