quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quando a Liberdade se Confunde com Solidão?

Eu não sou daqui.
E nem acredito que ainda seja de lá.
Eu não sou de lugar nenhum..
Não pense que ser livre é uma dávida, querida.

por que voar às vezes é condenar-se à solidão,
quando todos que tu conheces estão acorrentados ao chão.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Para uma Therese Malfatti...

- Queria poder entrar no teu mundo. Quero descobrir de onde brota essa sua tristeza. Queria entender por que carregas esses túmulos nos olhos. Por que todas tuas palavras sempre soam como despedida?

Elisa sempre me enche de perguntas. A mais inesperada de todas ela fez hoje pela manhã quando, enquanto eu a ajudava no preparo do café, me perguntou se eu a amava. De certa forma eu sabia que ela algum dia iria me perguntar isso, afinal mal posso lembrar a quanto tempo estamos perdidos nesse romance. Mas na hora, a única coisa que me veio a cabeça foi adicionar rum ao café e lhe explicar que o amor não é banal como nós dois. Amor, não tem nada a ver com o fato de eu velar o seu sono, porque simplesmente eu gosto de vê-la dormir. Amor não tem nada a ver com tirar a barba com maior frequência, para não arranhar seu lindo rosto (e como é lindo, principalmente quando ela sorrir, ou se emociona com uma nova canção). Amor não tem qualquer relação com o meu hábito forçadamente-recém-adquirido de fumar na sacada quando ela está em casa, ou esvaziar os cinzeiros antes dela chegar.
Amor não é dividir uma garrafa de vodka por dois.
O amor nada  tem a ver com pessoas banais como nós.

Ela simplesmente acalma meus demônios, e vezenquando me faz esquecer do fim. E eu gosto disso, tanto quanto gosto quando com a doçura de um anjo que descansa sobre as nuvens, seu corpo descansa sobre o meu. Eu gosto do seu abraço, de sentir suas palavras quentes rente à minha boca, sentir seu coração pulsar, gosto da sua pele, do seu cheiro. Gosto do seu suor, do seu calor que arde feito fogo no inferno, exalando desejo e pecado. Gosto do seus olhos, do seu sorriso. Gosto da seu beijo que me devolve para os céus.

Isso nada tem a ver com amor, 
e ela entenderá que tudo isso é algo banal,
que nós somos banais,
no dia que nossas palavras significarem, simplesmente, adeus.